segunda-feira, 6 de outubro de 2008

MINHA AVÓ

Todo mundo teve avó,pode até não tê-la conhecido,mas que teve,teve...
A minha era uma figura fascinante e não estou dizendo isso prá enaltecer a família,nem jogar confetes
ou espalhar lantejoulas em minha crônica familiar,mas porque a Dona Alzira,Leonina de alto bordo,era
realmente uma figura daquelas inesquecíveis,que marcou positivamente quem a conheceu...
Era um metro e sessenta de gordinha rechochuda,nascida em Portugal e vinda pro Brasil com tres anos
de idade,sem o mínimo de sotaque e dona de uma voz clara e difícil de se calar,principalmente quando seu forte pendor a teatralizar as situações e "causos"seus ou dos outros,se manifestava ou seja: sem-pre.Longe de mim dizer que minha avó era chegada ao velho esporte da fofóca...Era sim uma pessoa
extremamente "bem informada" a quem as pessoas relatavam os segredos mais "cabeludos" e que
quando os repassava a algum interlocutor,exigia Dona Alzira o mais absoluto e fechado segredo.
Coisa curiosa ocorria ,por exemplo quando ganhava algo em datas festivas,pois quando
não se agradava do "mimo",suas mãosinhas gorduchinhas davam aquela passadinha sutil sobre o
presente e sorria com um ligeiro esgar,acompanhado invariávelmente da frase "bonitinho,né?",
que mais tarde só encontrei semelhança no humor sarcástico do Groucho Marx.
Seu lado teatral,fez dela uma maravilhosa contadora de histórias,que interpretava cada personagem
com detalhes e vozes,que poderiam tanto me fazer gargalhar,quanto me encolher de mêdo ao ouví-las
nas noites de minha meninice...
Por ser minha "vó" um manancial de histórias e situações variadas e multifacetadas,não lhe darei uma
postagem só.Outras mais virão ao seu devido tempo...





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